Tendências Centrífugas na Informação e na Riqueza
Por William Gillis. Artigo original: Centrifugal Tendencies in Information & Wealth, 4 de agosto 2020. Tradução portuguesa por p1x0.
Saludos amigues, soy p1x0, Tradutor & anarquiste de vila, interessado na superação do Estado das coisas como estão. Considere apoiar meu trabalho Clicando Aqui.
Eu sou um grande fã da Aurora e tenho esperança que a contribuição dela para este simpósio ajude mais anarquistas a engajarem sem medo nas dinâmicas matemáticas de uma comunidade anarquista. Mas eu preciso admitir que estou decepcionado. Eu estava esperando que a contribuição dela fosse engajar seriamente os argumentos por mercados e também apresentar uma nova alternativa ou as fundações de um projeto de pesquisa alternativo. O anarco-comumismo está em desesperada necessidade de ressurreição, sem programas econômicos modernos mais sedutores do que o atoleiro burocrático de Parecon, seus riscos sendo totalmente dominados por negacionistas e fanáticos. A proposta básica permanece relevante, mas os aderentes atuais quando confrontados com argumentos em defesa dos mercados, tendem a recuar para ataques fracos e confusos a todo projeto acadêmico, na esperança de, com um truque de salão, transmutar críticas válidas mas limitadas de aplicabilidade e escopo em uma desculpa para ignorar tudo e qualquer coisa.
Assim os anarquistas anti-mercado se agarraram irredutivelmente à rejeições a matemática, medidas, ciência, abstrações, etc. É particularmente frustrante pois , no contexto de uma ampla polarização entre as Duas Culturas da academia, isso provavelmente levou à esquerda no geral a abandonar diálogos analíticos. Eu vou desesperadamente tentar evitar um futuro onde nerds analíticos são automaticamente jogados nas mãos de libertarianos de direita que defendem hierarquia enquanto poetas obscurantistas declaram propriedade exclusiva sobre a esquerda. Em tal distopia, nós, anarquistas de esquerda do mercado somos deixados para tentar traçar um caminho num caminho cada vez mais estreito entre Scylla e Charybdis, atacados pelos que pensam que precisamos escolher compaixão ou clareza. O trabalho de Aurora sobre a complexidade social das comunidades anarquistas é uma refrescante resposta às incipientes tendências anti-matemática. Mas infelizmente eu o considero inteiramente ortogonal ao tópico de se mercados são mais úteis ao tipo de coordenação complexas as quais os anarquistas aspiram.
Aurora busca criar as fundações de uma “infraestrutura de computação do comunismo cibernético que substituiria o mecanismo de otimização de lucros do mercado” mas o que ela de fato cobre — com um desvio em direção às medidas de complexidade e o projeto de informações integradas — é mais sobre sistemas não-hierárquicos em rede podem ser considerados de maior grau de complexidade. Por mais que seja necessário responder as concepções mais estalinistas do comunismo para enfatizar uma necessidade de complexidade, isso parece bastante trivial.
Enquanto físicos e cientistas da computação tem sido — como é nossa vontade — mais polidos sobre nossos modelos e uso de termos do que matemáticos estritos, existem fortes motivos para nossa associação da entropia com a complexidade e o emaranhamento informacional. Quando sistemas separados são postos em contato um com o outro, linhas de causalidade interna se tornam mais complexas e se tornam computacionalmente mais e mais difíceis de se rastrearem ou de se distinguir. O que é crítico nisso tudo é os limites dos nossos cérebros. Quando observamos uma gota de tinta cair em um copo d’água, o sistema tinta-água a princípio parece simples, então passa a ser cada vez mais complexo em características perceptíveis, antes de finalmente se encerrar em um estado cinza indiscernível. Este estado final parece “simples”, mas somente pois nossos cérebros limitados “perderam o fio da meada” conforme o sistema tinta-água cresceu em complexidade com a difusão.
Conforme sociedades e culturas crescem em escala ou entram em maior contato com outras, também cresce seu emaranhamento e o que eram dinâmicas simples se misturam com cada vez mais complexidade. Reacionários — sendo criaturas de mente pequena e temendo cair na espiral de “consequências indesejadas” de evolução rápida — temem essa complexidade pois não podem manter o controle; isso tudo parece cinza e sem forma para eles. Por isso, polêmicas contra o “globalismo” tentam pintar nosso mundo dinâmico e interconectado de culturas constantemente em bifurcação como algo “monótono” ou “uniforme”. O zumbido estático em uma velha televisão pode parecer sem conteúdo, mas na realidade é a combinação de incontáveis fontes de ondas de rádio compondo um pano de fundo, uma rica tapeçaria de causas que simplesmente somos limitados demais para compreender.
Me parece que não precisaria ser dito que uma sociedade mais interconectada e menos centralizada e hierárquica seria uma sociedade mais complexa, e teria mais informações integradas que se espalham de formas não discerníveis a partir de elementos individuais em isolamento.
O que Aurora quer com uma medida como Pi é um guia para ao menos um elemento necessário para maximizar integração e agência,
Maximizar informações integradas (em uma versão de complexidade efetiva) significaria obter um sistema que realizasse o máximo de integração possível da complexidade informacional ao longo de todos os subsistemas possíveis e o mais alto grau de interconectividade causal de subsistemas.
Mas a implicação de que isso resultará em uma prescrição para o anarco-comunismo é um salto de lógica muito grande.
Existem duas grandes objeções.
1) Não é certo que maximizar informações integradas resultará em termos de necessidades humanas. Uma sociedade altamente complexa não é necessariamente uma sociedade otimizada. Existem inúmeras configurações complexas diferentes que uma sociedade pode estar em que a complexidade não é eficientemente aplicada para alcançar nossas necessidades. Podemos imaginar um sistema altamente burocratizado com um alto nível de conexão interna onde a informação é espalhada em formas complexas, e uma pessoa pode afetar o todo, mas acontecendo de forma tão disfuncional que ninguém é alimentado Podemos chamar este problema de Complexidade da Torta de Lama, uma sociedade que é extremamente complexa, mas somente em prol de se fazer tortas de lama ao invés de qualquer coisa verdadeiramente útil. Aurora apresenta a maximização da integração da informação como necessária, mas não suficiente, mas se há outros valores para supostamente serem maximizados ainda nos resta a questão de quando e como estes valores são pesados uns contra os outros? Apenas dizer que nós deveríamos ter mais integração de informação não é o mesmo que dizer que deveríamos maximizá-la. Eu duvidaria que isso é verdadeiramente ortogonal com outros valores que podemos ter, assim somos forçados ao mesmo problema que eticistas virtuosos encaram quando descrevem múltiplas virtudes ou variáveis a serem maximizadas. Como estes valores se relacionam entre si? Quando diante da troca entre maior integração de informações e mais felicidade, digamos, em que escala trocamos um pelo outro?
2) Mesmo se nós considerarmos isso um valor básico e assumirmos um tipo de processo otimização em direção a phi que necessariamente otimiza a saúde humana, felicidade, florescimento, agência, etc, como um produto, não é totalmente nítido que isso exclua mercados. Pode muito bem ser o caso de que mercados são uma necessidade crítica para saciar efetivamente os desejos complexos e preferências de indivíduos humanos. De fato há argumentos bem estabelecidos em que suportam esta conclusão e Aurora não interage com eles.
Os pontos que ela defende contra os mercados são dois:
1) Mercados supostamente levam à acumulação desenfreada:
O processo de maximização de lucros dos mercados não é uma opção viável, não porque “lucro” é uma palavra ruim (ela é!) mas por como estas dinâmicas funcionam: mesmo se pudéssemos começar com uma condição inicial ideal de riqueza igualmente distribuída, mesmo com flutuações mínimas serão largamente ampliadas, rapidamente produzindo uma situação de acumulação desigual. Nas dinâmicas de lucro de mercados uma distribuição de riqueza igualitária é necessariamente uma condição instável. Este é o motivo pelo qual, em essência, os mercados não podem ser libertos do capitalismo. Mercados são geradores automáticos de desigualdades capitalistas, que podem rápida e facilmente apagar quaisquer ganhos pelos quais lutamos, que custaram grandes agitações sociais e ações revolucionárias difíceis para serem alcançadas..
2) A competição em mercados encorajam segredos que limitam a profusão de informações avaliativas úteis:
Maximizando nossas informações integradas Φ favorece a cooperação sobre a competição, já que a competição tende a partir um sistema em competidores separados e isso diminui a função Φ, enquanto a cooperação aumenta a conexão e amplia as redes de mútua influências causais, levando a uma aumento de Φ.
Eu estou honestamente incomodado que estejamos em 2020 e as pessoas ainda estejam argumentando sem nem mencionar, muito menos responder aos pontos levantados por anarquistas de mercado de esquerda, mas para registrar, vamos passar rapidamente por eles.
Assim como existem dinâmicas acumulativas, que podem amplificar pequenas perturbações de riqueza em uma sociedade de mercado, também existem dinâmicas de desacumulação — ou como Charles Johnson e Gary Chartier descreveram na introdução do compêndio de 2012, Markets Not Capitalism, existem “tendências centrífugas” nas quais mercados espalham riqueza nas sociedades corretas e situações que superam e dominam tendências acumulativas.
Essas tendências centrífugas são diversas e operam em diferentes escalas em diferentes formas, mas assumir como ponto pacífico que as tendências acumulativas do capital vão inerentemente superar e dominar as tendências centrífugas é justamente ignorar todo o debate.
Somente para começar com o que todos sabemos, em um mercado abstrato perfeitamente descentralizado/competitivo as margens de lucro caíram para zero ou tão próximo a isso que não haveria diferença. Nesta idealização um eventual centavo extra poderia ser aleatoriamente encontrado aqui e ali, e primariamente usado para corrigir o curso de ineficiências, dificilmente capaz de se acumular ao ponto de descontrole. Este certamente é o caso de mercados existentes não serem perfeitamente descentralizados ou competitivos, assim como muitas outras formas das quais eles desviam das abstrações esféricas estudantes na economia básica, mas a maioria senão todas as fontes de riqueza e controle centralizado na nossa economia atual são produtos de legados bastante específicos e políticas de violência estatal. Ao longo da história mutualistas como Benjamin Tucker incansavelmente traçaram os inúmeros caminhos pelos quais tal violência é disfarçada ou entrelaçada em detalhes aparentemente pequenos e ainda assim criam vastas desigualdades e injustiça, criando monopólios ou concentrações comparáveis em seus horrendos efeitos.
É válido reiterar que mercados — redes de troca de propriedade — têm existido ao longo da história em vários papéis, em várias culturas, incluindo ostensivamente em contextos sem estado, e alguns com maquinações bastante complexas.
It is worth reiterating that markets — networks of exchange of property — have existed throughout history in various roles, in various cultures, including ostensibly stateless ones, and some with quite complicated machinations. Conforme a violência centralizada do poder estatal esteve ausente, estes mercados tendem a normas mais descentralizadas/igualitárias. David Graeber, que não foi exatamente um grande fã de mercados, admite isso em Dívida: Os Primeiros Cinco Mil Anos.
De forma similar, James C Scott, outra pessoa cética aos mercados, detalha como mercados emergentes vindos da base em diferentes culturas tem pendido em direção a algumas estratégias de ilegibilidade agressiva precisamente para prevenir o controle por agentes estatais ou candidatos a agentes estatais. Nesse sentido, os mercados têm geralmente sido um espaço de obstinada resistência ao poder, um tipo emergente de desvio aos danos de candidatos a monopólios de qualquer tipo. Mercados negros são um tipo de limite, apesar de um bastante desesperado, de resistência, que para o câncer da acumulação de riqueza/poder de estrangular completamente uma sociedade e ao invés nutrir elementos de resistência capzes de finalmente derubar estes poderes.
Comunistas estatais, inspirados por Marx, tem pendido a invejar as vastas e centralizadas cadeias de produção do capitalismo. Empresas como o Walmart são capazes de explorar economias de escala para produzir um grande número de commodities de forma uniforme por custos muito mais baixos por unidade. Mas de onde vieram estas escalas de economia ? A imensa maioria delas são produtos da violência estatal. Para dar apenas um exemplo, quando conquistas imperialistas e escravagismo capitalista constroem estradas e ferrovias que de outra forma jamais seriam construídas isso remove os custos de transporte, tornando negócios lucrativos em uma escala maior do que seriam de outra forma, e acabando com produções locais mais hábeis, assim como suprimindo oportunidades de investimento para tecnologias que apoiam produções em escalas tão diminutas. O Walmart não seria nem mesmo lucrativo se tivesse de pagar proporcionalmente pelo desgaste que seus caminhões causam nas vias públicas.
Mas deseconomias de escala não são só uma questão do estado interferindo na escala para alterar os custos do trabalho, infraestrutura, e aquisição de recursos para o benefício de capitalistas e corporações. Organizações naturalmente sofrem de severa coordenação e cálculos de disfunções internas conforme elas escalam. Firmas são, na prática, economias de comando em miniaturas, pequenas ilhas de tirania capazes de fazer corar a União Soviética, e elas enfrentam as mesmas limitações sistêmicas e ineficiências. Os chefes não entendem as condições do chão de fábrica e é difícil comunicar isso. Fluxos de papelada burocráticas surgem para manter o registro de todos que o patrão ou investidores estão tentando controlar, com resultados cada vez menos eficientes. Quanto maior a empresa, maior a disfunção. Mas mesmo dentro da torpe inversão do “mercado” capitalista tem se provado repetidamente que cooperativas são muito mais eficientes do que empresas hierárquicas em muitos espaços econômicos. Ainda assim, cooperativas encaram ineficiências na hora de aumentar muito a escala. Nós não precisamos nos preocupar sobre uma única cooperativa alcançando uma fatia do mercado em detrimento de outras cooperativas. E essas deseconomias de escala em coordenação social se aplicam mesmo a atenção individual — um único empreendedor rico vê dificuldade em investir com a precisão e atenção por dólar do que um empreendedor um pouco mais pobre. Como o capitalismo repetidamente nos demonstra não há ninguém mais estúpido e mais desconectado do que um bilionário. Em uma sociedade onde literalmente nenhuma estrutura foi criada ou reforçada com violência brutal para manter a riqueza e o poder, aqueles com uma com uma grande quantia de riqueza a veriam evaporar junto de sua crescente desconexão.
Para mais exemplos de deseconomias naturais em escala, e como estados/etc têm ativamente as suprimido para benefício dos capitalistas, veja a maioria do trabalho de Kevin Carson, especialmente Studies on Mutualist Political Economy e Organization Theory.
Mas porque outros motivos mercados fora do capitalismo moderno e algumas sociedades imperialistas semelhantes na história amplamente evitaram a acumulação rampante de riqueza na escala que vemos hoje? Bem, existem algumas tendências de sociedades livres e mercados realmente livres que erodem riquezas desiguais.
A primeira e mais simples é que a maioria das sociedades de mercado pré-capitalistas não foram e não são anônimas, atores dentro da economia conhecem uns aos outros e suas histórias. No famoso caso da Ilha de Yap, as pessoas cunhavam grandes moedas mas nunca se preocuparam em de fato mover as moedas, quando alguém trocava a propriedade para outra pessoa ambas as partes simplesmente informam toda a comunidade. E quando você conhece o contexto econômico dos membros de sua comunidade isso te dá uma extraordinária vantagem para os com menos.
Isso é porque o valor é em um sentido muito real, subjetivo, apesar das consequências cortarem em direções que os economistas Austríacos raramente gostam de explorar. Um dólar simplesmente não vale o mesmo para um homem rico quanto vale para um homem mais pobre. E isso significa que, em uma negociação justa, ele estará inclinado a se desfazer de mais deles. Toda senhora vendendo peixes e vegetais já cobrou uma taxa sobre gringos ricos, e essa taxa pode ser considerável. Mesmo que alguém alcance um nível de riqueza onde possa pagar um intermediário para ocultar o consumidor final de um bem, ele continua preso em pagar a um intermediário, que tem vantagens em termos de exposição.
Em um mundo muito distante da igualdade de riqueza os verdadeiramente riscos podem usar grandes quantias para superar as pequenas taxas extras que podem vir a pagar na praça central do vilarejo, mas o ponto é que quando um mercado começa de uma igualdade mínima, pequenas perturbações na riqueza podem ser rapidamente resolvidas por esses tipos de taxas vindas das bases.
Final e crucialmente, se acumulações verdadeiramente perniciosas foram alcançadas, existe uma série de formas mais ativas para erodir essa riqueza de baixo dos pés dos privilegiados sem saltar de vez para o uso de guilhotinas. É por isso que títulos de propriedade não são em si verdades objetivas e imortais, mas tensões emergentes constantemente disputadas entre as pessoas. Respeito geral pela propriedade só emerge sem a violência estatal quando o respeito a propriedade de outras pessoas é (no geral) uma ganho para você também. Títulos de propriedade são concessões de respeito a uma reivindicação que precisou emergir organicamente de um consenso de base. Nós respeitamos que estas colheitas são suas pois você cultivou a terra, e nós não queremos pessoas roubando o que é nosso. Mas quando as reivindicações se tornam realmente perniciosas — como digamos, alguém mantendo sua posse pré-existente a um único barril de água para sobreviver a um naufrágio — não há razão para a comunidade respeitar este título, ele se torna vazio.
Visto de longe muito disso pode se parecer com aqueles que mais tem, sendo forçados a investir mais na proteção do que tem, de ladrões, etc. É mais fácil roubar um milhão de dólares de uma pessoa do que mil dólares de mil pessoas. Sob o estado a violência da polícia é um subsídio para proteger a perversa reivindicação de propriedade de uns poucos ricos desconectados da realidade.
Nada disso é para defender o uso de algum exemplo histórico de mercados não-capitalistas como mapa, até o momento a maioria das sociedades tem sido ruins de uma maneira ou outra. Mas mercados são o que fazemos deles, eles são moldados e postos sobre a ótica de decisões individuais, cultura, ativismo social, etc. Percebendo que mercados estão sempre pressionados entre um receptor de acumulação (capitalista) e um receptor de dinâmicas centrífugas (anarquista), nos permite rearranjar os elementos. Para disputar e explorar o espaço de configuração. Para encontrar um onde os benefícios dos mercados — de suas capacidades para aplicação eficiente de complexidade computacional e informacional para saciar os desejos complexos de todos — possam ser aproveitados enquanto se evita um colapso rumo às ineficiências e desigualdade do capitalismo.
Não é de modo algum comprovado que, uma pessoa tendo um telescópio e outra pessoa tendo uma guitarra, quando ambas têm diferentes valores de troca, automaticamente cria o efeito de desigualdade de riqueza. Na verdade, nós temos todos os motivos para acreditar que há espaço para as pessoas terem suficiente variação de riqueza para incentivos de mercado em direção ao comércio honesto para funcionar, enquanto evitamos desigualdades significativas.
Com relação a questão da competição criando sigilo. Bem, o sentido do comércio é incentivar e provocar avaliações mais honestas de preferências pessoais do que se pode ter em uma reunião ou via qualquer tipo de discussão verbal.
Cérebros humanos são complexos e a linguagem humana tem pouca largura de banda para que possamos rapidamente exportar o conteúdo de nossos cérebros com alta fidelidade. Este é um fato bruto e simples. Como consequência, aspirações como a maximização de informações integradas necessariamente esbarram nas particularidades de uma espécie que não possui tecnologias eficientes de comunicação cérebro a cérebro. Admito plena e prontamente que se os seres humanos evoluíssem para uma forma de consciência coletiva com um vasto grau de telepatia funcional a necessidade de mercados evaporaria. Nós não chegamos lá ainda. Portanto, a integração da informação entre indivíduos deve lidar com um uma série de problemas de limitações e otimização. O que as trocas fazem de forma excelente é forçar as pessoas a dizer algo muito próximo da verdade sobre quanto elas desejam algo. Este não é simplesmente um problema de que pessoas não são anjos. Mesmo anjos perfeitos e sinceros teriam dificuldades comparando desejos pessoais sem recorrer a trocas concretas.
Sim, a competição pode incentivar episódios de sigilo, mas no geral o mercado tendem contra o sigilo. É preciso, uma vez mais, intervenção estatal no mercado para criar absurdos cancerosos como propriedade intelectual e leis de espionagem. Um mercado mais descentralizado (ou seja: um mercado mais igualitário) com mais “competição” no sentido de escolhas, criaria um incentivo bastante forte para roubo e compras de segredos. Cooperativas buscando proteger uma fórmula ou estratégia secreta teriam de pagar um valor alto para que seus empregados não desertassem. Para além disso, não haverá mercado saudável sem a proliferação de papéis que hoje nós estranhamente tornamos o domínio de jornalistas, repórteres de consumo, trambiqueiros, etc. Nós também podemos esperar pressões sociais mais amplas para rápida e agressivamente cancelar qualquer cooperativa ou indivíduo golpista que mente ou seja menos que transparente. É claro que mercados podem emergir de maneiras complexas e altamente dependentes do caminho, então depende de nós como ativistas e membros da comunidade pressionar e trabalhar proativamente para moldar normas sociais de transparência.
Uma outra forma que o mercado pode se tornar mais transparente é normalizar transações em mercados de livros fiscais públicos ou moedas onde, como era o caso em mercados mais tradicionais, é fácil de rastrear cada transação que cada pessoa fez. Há exceções a isso, é claro, em nossa atual e altamente desigual sociedade, assim como nós temos poucos motivos para respeitar o potencial por ilegibilidade em mercados, abraçando novas construções de moedas anônimas para ajudar a financiar as atividades de camaradas. Estados têm historicamente encorajado moedas anônimas — por exemplo, com a introdução de metais em espécie — para permitir que agentes de sua violência possam disfarçar a fonte de suas riquezas. Este é o motivo para preferir livros razão mais públicos, mas somente para transações quando a riqueza é redistribuída. É claro que nós nunca vamos evitar a anonimidade total, mas as quais mercados podem facilitar isto deveriam ser vistas como uma válvula de pressão.
O fato é que enquanto sigilo essencialmente tende em direção a contenção da agência de todos, existem muito mais situações onde nós queremos que o sigilo seja uma opção. Atualmente, é comum que comunistas denunciem o impessoalismo das trocas no mercado, mas onde eles enxergam alienação eu vejo resiliência individual contra abusos comunitários. Como anarquistas nós queremos que as pessoas tenham a opções fora da participação em um coletivo, de fato ter muitas formas de interação entre coletivos e indivíduos pode mudar o reorganizar a escala de investimento entre eles é algo positivo, isso dá às pessoas controle e equilíbrio.
E no fim do dia, é isso que “competição” significa — controle e equilíbrio. Não oportunismo egoísta hostil, mas uma sociedade mais fluida onde indivíduos têm mais escolhas em relação à associação e colaboração, invés de uns poucos coletivos. Individualismo é acertadamente compreendido não como egoísmo, mas como totalmente consistente com altruísmo, um tipo de intensificação de opções em toda escala, e no mercado não apenas cooperativas mas também empreitadas individuais. Eu ainda não vi uma alternativa real que abrace agência individual de forma tão fractal.
Eu honestamente gostaria que houvesse uma.
Seria ótimo se nós não precisássemos, como indivíduos, disputar e experimentar com os mecanismos das normas do mercado para construir uma sociedade anarquista, onde nós pudéssemos com apenas um golpe nos unirmos e decidir sermos legais e bam, sem mais hierarquias, sem mais economia, só um app esquecível em nossos celulares. Décadas de trabalho em processos coletivos e estudos em ciência da computação me desiludiram completamente dessa noção.
Como trabalho de abertura em um projeto maior e mais amplo, o ensaio de Aurora é bastante empolgante. Eu espero que mais que uns poucos anarquistas — incluindo anarco-comunistas — sigam seu trabalho. Mas, tristemente, minha experiência tem sido que no momento que algum defensor do comunismo adiciona equações para o papel, não importa qual o argumento, as pessoas incansavelmente criam boatos de que isso seria uma prova de que não precisamos resolver coordenações econômicas complexas e problemas de alocação. Nada poderia estar mais distante da verdade.
C4SS relies entirely on donations. If you want to see more translations like this, please consider supporting us. Click here to see how
The Center for a Stateless Society (www.c4ss.org) is a media center working to build awareness of the market anarchist alternative
Source: https://c4ss.org/content/60778
Anyone can join.
Anyone can contribute.
Anyone can become informed about their world.
"United We Stand" Click Here To Create Your Personal Citizen Journalist Account Today, Be Sure To Invite Your Friends.
Before It’s News® is a community of individuals who report on what’s going on around them, from all around the world. Anyone can join. Anyone can contribute. Anyone can become informed about their world. "United We Stand" Click Here To Create Your Personal Citizen Journalist Account Today, Be Sure To Invite Your Friends.
LION'S MANE PRODUCT
Try Our Lion’s Mane WHOLE MIND Nootropic Blend 60 Capsules
Mushrooms are having a moment. One fabulous fungus in particular, lion’s mane, may help improve memory, depression and anxiety symptoms. They are also an excellent source of nutrients that show promise as a therapy for dementia, and other neurodegenerative diseases. If you’re living with anxiety or depression, you may be curious about all the therapy options out there — including the natural ones.Our Lion’s Mane WHOLE MIND Nootropic Blend has been formulated to utilize the potency of Lion’s mane but also include the benefits of four other Highly Beneficial Mushrooms. Synergistically, they work together to Build your health through improving cognitive function and immunity regardless of your age. Our Nootropic not only improves your Cognitive Function and Activates your Immune System, but it benefits growth of Essential Gut Flora, further enhancing your Vitality.
Our Formula includes: Lion’s Mane Mushrooms which Increase Brain Power through nerve growth, lessen anxiety, reduce depression, and improve concentration. Its an excellent adaptogen, promotes sleep and improves immunity. Shiitake Mushrooms which Fight cancer cells and infectious disease, boost the immune system, promotes brain function, and serves as a source of B vitamins. Maitake Mushrooms which regulate blood sugar levels of diabetics, reduce hypertension and boosts the immune system. Reishi Mushrooms which Fight inflammation, liver disease, fatigue, tumor growth and cancer. They Improve skin disorders and soothes digestive problems, stomach ulcers and leaky gut syndrome. Chaga Mushrooms which have anti-aging effects, boost immune function, improve stamina and athletic performance, even act as a natural aphrodisiac, fighting diabetes and improving liver function. Try Our Lion’s Mane WHOLE MIND Nootropic Blend 60 Capsules Today. Be 100% Satisfied or Receive a Full Money Back Guarantee. Order Yours Today by Following This Link.
